Raphael Yudin (aka Nuno Costa) tem exercido diferentes papéis entre as Ciências Sociais, o Jornalismo e o Cinema. Durante 15 anos no papel de jornalista, desempenhou as funções de redator, editor e chefe de redação. Após vários anos de pesquisa e colaboração com o psicólogo social Sérgio Razente sobre as diferentes crenças populares e os resultados da investigação académica em áreas de fronteira, lançou em co-autoria o livro Parapsicologia, Entre a Crença e a Ciência.
A convite do fotojornalista Zito Colaço, assumindo essa paixão conjunta pela natureza, escreveu o livro Árvores e Pedras de Portugal. Estreou-se no cinema com a curta-metragem Lucy – vencedora do Shortcutz Março 2011 e Seleção Oficial Fantasporto 2012, entre outras distinções. Dois anos depois, exibiu um registo pessoal das manifestações Gerações À Rasca. Em 2014, meteu-se noutro papel: o de provocar a sociedade portuguesa no tema das touradas, com a média metragem Um Documentário Bestial, Selecção Oficial em festivais nacionais e internacionais como o Festróia ou o ABS, Boulder, USA.
Estreou-se na poesia e na ficção com a trilogia Os Cães de Cérbero [que se subdivide ainda no livro de canções Blitzkrieg Bot e no romance O Pistolero] em 2022 pela Editora Europa. Neste Novembro de 2022 vai lançar As Flores do Bem, pela Editora Trebaruna. Livro de poesia que contém também um Manifesto. Na qualidade de autor integrante do catálogo da Trebaruna, o autor irá lançar em 2023 e 2024 os livros Novelas do Purgatório e Genesis. Trabalha também há ano e meio com o colega Nicollas Croynder num romance em três volumes de ficção histórica e científica.
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LIVRO DE REGRAS

Serei certamente suspeito,
– creio firmemente –
de peito feito
alma alguma brilhará.

Como  admiro os  dias tranquilos sem espectadores,
sem ali,
nem aqui,
nada de jogos de sorte,
profissionais ou amadores,
fronteira alguma entre a vida e a morte:
nenhum véu.

Em bicos dos pés ninguém chega ao Céu.

O HOMEM-BALA

Como uma criança que dança,
como uma moeda de troca no prato da balança,
o homem-bala
às vezes estala
às vezes embala.

O homem-bala, em dias de festa,
também decora a estante da sala.

EDUCAÇÃO

Todo o educador
precisa de provocar,
deseducar.

É na norma rígida,
na moral frígida
do protocolo perfeito,
que o melhor nó é desfeito.

LINHAS INVISÍVEIS

Em certas épocas
as linhas-mestre
da Civilização
tornam-se voláteis.

Como se aqueles pontos cardeais,
apesar de essenciais,
se tornassem invisíveis.

Se tal sucede,
quando o Homem ferve,
ficamos todos  mais sensíveis.

O PRIMEIRO BEIJO

No primeiro beijo tudo
era calor e luz.
O mundo  não existia,
tudo era eternidade e alegria.
Quando me recordo do primeiro beijo tudo reluz.
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