Dévora Cortinhal, nasceu em 30 de outubro de 1986, em Johannesburg, na África do Sul. Filha de pais emigrantes que emigraram no ano de 1983, há procura de melhores condições de vida. Regressaram a Portugal no ano de 1991.
Ainda na sua infância apaixonou-se pelo desenho e a pintura por causa da sua irmã mais velha, que encontrou no desenho uma forma de tomar conta da irmã mais nova.
Foi no seu interesse pela história que encontrou a sua paixão pelos livros, na biblioteca municipal da vila de S. Mamede de Infesta, onde passava muito tempo perdida.
Aos 30 anos começou a escrever poemas. No ano de 2022 participou na IV Antologia de poetas Lusófonos, da Oxalá Editora. E escreve regularmente uma crónica sobre gastronomia portuguesa, para o Jornal BOM DIA.
Desde então descobriu uma nova paixão: a escrita.
Em resumo, pode-se dizer que a Dévora encontra em qualquer forma um meio para expressar o seu ponto de vista do Mundo que a rodeia. 
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TU!

É a escrever que sufoco
esta mágoa de não ser.
É algo que me faz sentir viva,
assim como quando os meus lábios
tocam na tua pele.

O calor do teu corpo é amor,
longe de ti não o sinto
mas ao pé de ti é.
Nos teus braços
eu só quero estar, sentir.

Encosto o ouvido no teu peito,
ouço a batida do teu coração,
o coração que dá vida ao teu ser.
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AMAR

És a minha razão de ser,
a minha razão para viver,
a minha razão de lutar.
Longe de ti sou fraca,
apenas sou!

Será errado amar alguém
como eu te amo?
Será errado dar a alma
como eu dei a minha a ti?

Não me digas que sim,
deixa me apenas continuar assim.
Deixa-me ser tua
e ter forças para continuar.
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CONTROVÉRSIA

Quando sentimos a nossa vida a terminar
Começamos a dar valor às coisas insignificantes.
Só quando tenho consciência
Que aquilo a que chamo vida possa terminar,
é quando começo a viver.

Será que estou a ser muito dura comigo?
Pergunto-me.  
Aterroriza-me o pensamento que um dia
eu diga a mim mesma para não lutar mais.

Não!
Eu não vou parar!
Parar é morrer, e eu não quero morrer,
Ainda tenho muito para oferecer.  
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LEMBRANÇA

Tenho comigo uma voz na minha cabeça,
que me diz para escrever aquilo que penso.
Não sei porquê.
Pergunto-me se será o medo de morrer.
Não da morte em si,
Mas de morrer na memória
daqueles de quem eu amo.

Escrever, lembra que um dia estive aqui,
mantém viva a lembrança de quem eu fui.
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SILÊNCIO

Faz-se silêncio na minha mente,
escuto o vazio.
Descarreguei no papel
aquilo que sinto.

No coração cresce o medo.
O maior medo.
O silêncio, assusta-me,
ao mesmo tempo que me tranquiliza.

Mesmo assim o silêncio
é melhor que a morte.
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