Entre o fogo posto e as cinzas, entre as palavras e os gestos, entre a paixão e a ausência, há o amor e as suas histórias (intensas ou amenas)… Sem elas a vida parece não fazer sentido, porque nelas nascem as memórias que se encadeiam, no para sempre ou na eternidade irremediável de alguns instantes.
Lugar onde se colecionam histórias de amor, nas páginas que se seguem há um fio condutor, um vínculo comum, que amarra textos aparentemente diversos. Mas percorre neles um mesmo sentido íntimo, que de forma profunda e simples, elaborada e crua, descreve e celebra múltiplas conjugações do verbo amar.
Nestas páginas há células, fibras, mãos, olhos, peitos e sorrisos. Aqui se ligam confrontos e naturais contradições, mas também enredos que se desafiam, entre a paz dormente e o desatino infinito. Nestas páginas há histórias de amor que se posicionam no abismo das coisas certas, das menos certas e das incertas. Coisas onde as verdades se confundem, entre a moral e a vontade, a ilusão e a realidade, os encontros e os confrontos, o plural e o singular, a vertigem e o abismo.
Nas páginas que se seguem cabe a plenitude. Cabem os caminhos, os atalhos, os desvios e a derivas, que vão daquilo que nos desbrava e desgoverna, até à pacificação de um propósito ou de uma resignação.
Depois há também a crueldade das histórias que se desfazem e nos destroem, reféns de silêncios, ausências e frustrações. Que nos corroem pela cautela ou pela inércia, na consumação do desencanto e das despedidas. Coisas que não se aquietam ou deixam esquecer. Que perduram e que se cristalizam na sobrevivência demorada de uma dolorosa esperança. Ou então, na indigência de um combate desesperado para que o amor possa durar. E, às vezes, a liberdade aprisionada, a perfídia ou a indiferença. Uma indiferença que dilacera.
Neste livro há verdade, mas há também poucas certezas. Há histórias que balançam entre o absoluto e o absurdo, entre o quotidiano, o peito desarrumado e os corações do avesso. Mas há sobretudo o imenso talento e a força de uma grande mulher.
A Maria Joana Almeida dá-nos, neste seu segundo livro, coisas que em todos nós ressoam – chaves para nos descodificarmos e formas de entendermos melhor as nossas próprias histórias de amor.
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Prefácio escrito por João Couvaneiro


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Sessões de Lançamento

VISEU:
16/Abril/2023 – 16h30m, na Casa da Ribeira

LISBOA:
02/Junho/2023 – 18h30m, na Biblioteca Orlando Ribeiro