Ema Flores é o pseudónimo de Andreia Magalhães Oliveira. Cresceu em Amarante e, mais tarde, mudou-se para o Porto.
Lá estudou Medicina. Actualmente está a trabalhar no seu doutoramento em neurociências computacionais, entre Porto e Berlim.
Em paralelo com a sua investigação, interessa-se por Medicina em ambientes extremos, nomeadamente no espaço, e por políticas de saúde global. No fundo, interessa-se em que o mundo seja de todos para todos.
É, desde sempre, apaixonada por livros e histórias, do mundo e para o mundo.
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“PEDIRAM-LHE UM POEMA”

Pediram-lhe um poema
Nunca mais a viram.
Nos poemas cabem mundos
e ela não tem mundos para dar.

Só fundos onde cai,

Amparada pelos braços de uma
esperança que nunca a larga
e que nunca chega,
como fantasmas de vidas
que nunca foram.

Amparada pelas ruas cheias,
Mas vazias dela.
Sem rasto,
Onde as promessas não ganham raízes.
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“FOI BEM ORQUESTRADO”

Foi bem orquestrado
A coragem teve o seu papel, finito.
O alívio sentou-se a um canto, presente e silencioso.
E a vergonha gritava, ensurdecedora.

Não havia como a domar,
O palco dos sentimentos era a sua selva
e sabia-o.
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“NO PROCESSO DE UMA QUEDA INTENCIONAL”

No processo de uma queda intencional,
Há sempre alguém que nos agarra.
Há sempre alguém que apanha e nos devolve.
Há sempre alguém que fica.

Até que percebemos que não somos uma carga a largar.
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“AS PALAVRAS CORREM CURTAS”

As palavras correm curtas
E a mente cheia.

Cabem tempestades num pensamento,

De tanto vento,
Gritam e grita para se fazerem ouvir,
Num silêncio abafado,
Como uma nuvem de trovoada.
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“NO MEIO DE TUDO”

No meio de tudo,
De um mar feito das suas correntes,
Há um ponto onde nada lhe toca.

Chamam-lhe o ponto cego,
Mas é o único ponto onde consigo abrir os olhos.
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